EDUARDO PIZARRO
arquiteto . urbanista
Eu nasci em Pirassununga, Brasil. Eu sou um arquiteto e designer urbano, e sou Mestre e
Doutor pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAUUSP), em São Paulo. Além disso, desenvolvi pesquisas na Architectural Association Graduate School (AA), em Londres, e na Eidgenössische Technische Hochschule (ETH), em Zurique.
Atualmente sou Assessor de Relações Internacionais, Ensino e Formação do Conselho de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo (CAU / SP); Embaixador Brasileiro do LafargeHolcim Awards; e Professor da Universidade São Judas, em São Paulo.
Destaco aqui quatro exercícios teórico-práticos fundamentais desenvolvidos ao longo da minha trajetória, em escalas diferentes: além-são-paulo; dentro de são paulo; para-são-paulo ; e muito-além-são-paulo.
além-são-paulo refere-se ao meu projeto Trabalho Final de Graduação (TFG), que foi orientado pelo Professor Titular Silvio Macedo (FAUUSP). O projeto especulou uma Vila dos Atletas alternativa para os Jogos Olímpicos de 2016, na cidade do Rio de Janeiro. O projeto, pautado pelo questionamento da cidade existente e na construção de um efetivo legado urbano, foi reconhecido com o Prêmio Jovem Cientista 2012, concedido pela Presidente do Brasil Dilma Rousseff, em nome da Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
dentro de são paulo foi inicialmente planejada como uma pesquisa de mestrado supervisionada pela Professor Associada Joana Gonçalves (FAUUSP). O foco principal foi dado à investigação ambiental, conflitos urbanos e sociais e potencialidades inerentes aos espaços intersticiais na segunda maior de São Paulo, a Favela de Paraisópolis. A dissertação conduziu a uma série de estratégias destinadas à melhoraria das condições ambientais em assentamentos informais.
Eu me lembro claramente do meu primeiro bate-papo com o Gilson, líder da comunidade de Paraisópolis, ainda em 2012: 'Você deveria fique atento, pois em breve penduraremos uma placa de alerta na frente da União de Moradores declarando: 'a entrada de pesquisadores é proibida' '. Desde então, tenho me esforçado para honrar uma espécie de promessa pessoal, para fazer parte da transformação de Paraisópolis, atuando além do convencional. No final, a dissertação de mestrado se expandiu em ações mais concretas , como a construção da CASA de todo dia, um protótipo 1: 1 construído no topo da União de Moradores, a serviço do Mãos de Maria, projeto da Associação de Mulheres de Paraisópolis. Este protótipo reúne estratégias simples e replicáveis ​​que são capazes de informar o processo de autoconstrução em São Paulo, com base em critérios ambientais. O aplicação dessas estratégias pelos próprios moradores já começou em Paraisópolis
e agora pode ser ampliado, durante a pandemia, por meio da plataforma digital MUDE!. Além disso, a CASA de todo dia participou das 11ª e 12ª Bienais Internacionais de Arquitetura de São Paulo, foi reconhecida com prêmios em Detroit, Cairo e Hong Kong; e foi publicado no Guia IAB para a Agenda 2030 da ONU.
for-são-paulo faz referência à minha pesquisa de doutorado, intitulada 'UMA SÃO PAULO PARA O FUTURO', também supervisionada por Gonçalves. Na contramão da justaposição desenfreada de edifícios no território urbano, a tese propõe a requalificação da cidade por meio da criação de efetivas infraestruturas intersticiais pautadas em parâmetros ambientais, morfológicos e sociais.
far-beyond-são-paulo refere-se a um exercício curatorial desenvolvido para a Latitudes Network, fundada pela University of Westminster em 2014, em Londres. Por meio de uma chamada aberta global, Latitudes Global Exhibition reúne experiências de pesquisa e projeto em A&U, que foram então apresentadas em Ahmedabad, São Paulo, Chennai e Londres.
Enfim, reconheço a importância das instituições de ensino públicas e do financiamento público ao longo da minha trajetória. Este fato reforça meu dever de afirmar meu papel social como arquiteto e urbanista, disposto a discutir e projetar a cidade, uma vez que os limites da A&U - disciplina e prática - também sejam reconhecidas. Acredito, de fato, na necessidade de superar as fronteiras do discurso teórico, colocando os pés no chão e sendo agente ativo de mudança.